Trantra - Mantra I
Não há Tantra sem mantras.
Os mantras são sons absolutos, sem significado imediato, não
representam conceitos sendo antes uma linguagem irracional e mágica. Sim,
mágica, pois o que é magia se não o poder de transformar. E um mantra pode
transformar a vibração do ambiente, da sua mente, do seus chakras, do seu
humor...Um mantra pode curar.
Em “ La puisssance du serpent” – Sir John Woodroffe
afirma..” Nenhum outro tema das escrituras indianas é mais incompreendido do
que a ciência do mantra...
O Mantra, em resumo, é um poder (Shakti); poder na
forma de Som”
Desde a antiga Índia o emprego dos mantras é a base das
práticas do Tantra, sendo que muitos mantras foram mantidos em segredo para
evitar seu uso indevido por corações e mentes despreparados ou desrespeitosos
para com a Grande Mãe.
No Tantra faz-se uso de mantras transmitidos ao pé do ouvido
– de mestre para discípulo -, e de outros que são passados desveladamente de
geração a geração.
Por vezes monossílabas, outras frases – os mantras védicos -,
por vezes como canções. Os mantras são uma ciência do verbo e da vibração, da
reverberação que , já sabemos, faz cair muralhas.
O mantra primordial é o Ôm, sílaba – semente do universo, a
bîja, da qual derivam todos os outros sons. Na Índia, todos são unânimes quanto
ao Ôm: para os vishnuístas, o Ôm é Vishnu: para os vedantistas,o Atmân; e o
brâmane o inclui em todos os rituais e sacrifícios védicos. O Ôm é hoje entoado
em todos os templos e em muitos lares.
Para os tântricos o Ôm é o princípio Feminino – poder - ,
que unido ao princípiop Masculino – consciência – cria o Universo.
Não há como colocar aqui com um mínimo de qualidade registros
da sonoridade de um mantra, mas na web há sites com inúmeros mantras. Posso
apenas opinar que um bom Ôm é pleno e sonoro onde o diafragma se contrai pouco
a pouco durante a emissão.
Há os mantras ligados a tonificação e harmonização dos Chakras
que são assunto para um outros “post”, são sete os mantras principais, um para cada chakra: LAM, VAM, RAM, YAM, HAM, OM,
AUM/SHAN.
Na verdade há muito mais sobre os mantras, mas aqui não é
possível alongarmo-nos, mas não posso terminar sem incluir um registro apaixonado
do antropólogo André Von Lisbeth que está em “Tantra, Le culte de La Féminité”
““... Acabaram
derrotando o budismo, que foi expulso da Índia, seu país de origem... Buda
pregou em pâncrito, a língua do povo, e não em sânscrito, apanágio dos brâmanes
e dos pandts letrados. Isso agradava aos tântricos que também se opunham aos
brâmanes e seu sistema, encontrando aliados em alguns budistas iniciaram estes no
Tantra...
E agora decifremos o
Ôm mani padme Hûm.. Mani, a jóia, é o equivalente budista de vajra (diamante),
órgão masculino; padme é a flor de lótus, que simboliza a yoni, a vulva e o princípio feminino. Daí a verdadeira
tradução: “OM= linga na yoni, Hûm”. É límpido e puro Tantra. “
Nada é necessariamente sagrado ou santo num mantra, cujo
poder se presta indiferentemente a qualquer uso. Sagrada -ou não - é a intenção
daquele que entoa o mantra.
Lembre-se sempre que o seu “pensamento-força” dirá a
intenção e dará o tom ao seu mantra, portanto, fuja da confusão.
Namastê
Maha
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